Apresentação

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Salto do Tamanduá (I e II)

A dupla de quedas denominadas de Salto do Tamanduá, localizado no bairro rural Terra Nova de São Jerônimo da Serra/PR, é formado pelo fluxo da água do Ribeirão Tamanduá rumo a um desfiladeiro de cerca de 100 metros em direção ao vale do Rio Tibagi. Este deságue em trajetória descendente está entre os maiores do estado e resulta em duas cachoeiras principais, distantes quatro quilômetros uma da outra, separadas pelo leito acidentado do rio.

O ermo vilarejo onde o atrativo se encontra, formado a partir do desmembramento da fazenda de mesmo nome, é cercado por um assentamento e uma reserva indígena. Causos da região atribuem uma atmosfera assombrada ao local, desincentivando acampamentos e visitas guiadas. Conta-se que havia um tesouro escondido no local e que o homem que tomava dele foi assassinado, permanecendo em espírito por lá desde então.

Para visitar o atrativo turístico, o viajante deve percorrer a “Estrada do Tigre” por quase 18 quilômetros poeirentos e trepidantes, ladeada por enormes áreas de reflorestamento. Cruza-se as ribanceiras do Rio Pilões e do Água do Capim, margeando a larga encosta da serra. Deste ponto, pode-se observar a linha tênue e clara do Salto João Nogueira (ou Salto do Tigre) caindo do perau ao longe. A estrada de terra dá lugar ao calçamento da zona rural Terra Nova, um punhado de ruas precárias com residências e pequenos comércios. Dali, continua-se pela via de chão até as proximidades do Assentamento Palmares, de onde é necessário seguir a pé pela estrada de chão que leva à beirada do desfiladeiro.

A partir daí, começa a descida em largos zigue-zagues pela antiga estrada de extração de madeira nobre. Deduz-se isto pois a área é composta basicamente por mata secundária e grandes focos de reflorestamento, com eucalipto e pinus. Contato visual pode ser feito com a cachoeira ao longe, um véu alvo despencando do vértice do cânion. Uma vereda margeando a encosta do vale conduz à queda. É cortado por um riacho pequeno, afluente do rio principal, que despenca por lajotas sobrepostas.

A vereda acaba pouco antes do acesso às margens do leito pedregoso do Ribeirão Tamanduá, obrigando a adentrar um trecho de mata já bem aberto por facão. Cruzando à outra margem, menos assoreada, onde é possível avançar com desenvoltura pelas curvas do rio, sucedem-se poços de água cristalina, piscinas naturais e pequenas cascatinhas. O vale se estreita aos poucos, tornando próximas as altas muralhas de arenito. Galgando grandes rochedos chega-se ao poço formado pelo despencamento da água precipício acima e ao paredão por onde ela escorre e se espalha.

Para chegar ao topo do outro salto, também conhecido como Mirante do Tamanduá, dada a bela vista do espelho d’água emoldurado ao fundo pelos paredões e desfiladeiros verdejantes do Rio Tibagi que aquele patamar proporciona, basta seguir o Tamanduá três quilômetros rio abaixo.