Apresentação

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Ponte Pênsil Alves Lima

Ponte Pênsil Alves Lima

Localizada na divisa dos municípios de Ribeirão Claro–PR e Chavantes–SP, sobre o canal do rio Paranapanema, a Ponte Pênsil Alves Lima é uma das três pontes pênseis já construídas no Brasil  e permite a ligação entre os dois estados, pertencendo ao governo de ambos.

Antes de ficar conhecida como “Ponte Pênsil” era popularmente chamada de “Ponte do Emygdião ou Hermidão”. O nome tido hoje como oficial “Ponte Alves Lima” foi dado em homenagem a seu último construtor, Manoel Antônio Alves Lima, proprietário da fazenda Monte Claro, situada nas margens do Paranapanema. De acordo com a historiografia, o fazendeiro foi quem tomou a frente do projeto e solicitou a estruturação da ponte com o auxílio financeiro dos dois municípios. A Ponte foi inaugurada no dia 4 de dezembro de 1920.

A colonização da região paranaense, em específico o espaço do Norte Pioneiro, se deu por meio da ocupação de paulistas e mineiros adeptos da cultura do café. A alteração do curso de rios como o de Paranapanema sinalizou certa dificuldade na hora de transcorrer a produção. A princípio, a passagem entre estados era feita por balsa, modo este que produtivamente era inviável. Com o crescimento da produção cafeeira, os fazendeiros da região se movimentam em prol da construção de uma estrada de ferro que logo foi sucedida pela ponte.

Contudo, se a construção foi pensada e projetada pelos donos do poder, as instabilidades pelas quais a mesma passou não foram previstas no ato da edificação. Na verdade, a Ponte Pênsil Alves Lima já passou por adversidades. A primeira em 1924, durante a Revolta Tenentista. As tropas do capitão Alberto Costa, ao invadir a cidade de Chavantes, queimaram a ponte que foi completamente destruída, sendo reconstruída em 1928. O segundo marco diz respeito à Revolução Constitucionalista de 1934, quando a ponte é dinamitada pelos revolucionários paulistas para impedir as tropas sulistas de adentrarem ao estado, visto que os gaúchos estavam alojados em Ribeirão Claro. Sua reconstrução é feita pelo estado de São Paulo e teve fim em 1935. Em 1983, nesse momento, sendo atingida pelas forças da natureza, a ponte foi destruída pela até então maior enchente testemunhada na região.  Em 1985, além de restaurada, a ponte foi tombada pelo Conselho de Defesa de Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, através da Resolução n.º 65, de 2 de março de 1985 e, em 2011, pelo governo do Paraná.

Devido a seu estado de conservação, a ponte foi interditada em 2006. Mesmo ano em que outra ponte de concreto foi construída ao lado. Infelizmente, em 07 de novembro de 2020, próximo ao centenário da ponte, houve um incêndio criminoso, destruindo o “lado paranaense”. Os dois estados se empenharam em sua restauração.

Atualmente, pelo seu processo histórico e relação de identidade que estabelece com a população local, a ponte é atração turística. O acesso a ela é restrito aos pedestres e se dá de ambos os lados (São Paulo e Paraná). A ponte tem 149 metros de extensão e possui um vão suspenso de 82 metros.

No dia 20 de outubro de 2023, a prefeitura de Chavantes inaugurou, em cerimônia solene na Câmara Municipal, a restauração da ponte, empreendida pelo DER (Departamento de Estradas e Rodagem), em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Os danos, que se estendiam por 38 metros da estrutura, foram todos reparados por meio da substituição de componentes de madeira no guarda-corpo e no tabuleiro, além de implantação de novas vigas metálicas e serviços adicionais.

referências:

ALONSO, L. Chavantes/SP. In: ALONSO, L. Blog de Lilia Alonso, [s. l.], 2018. Disponível em: https://bit. ly/3rFMTqd. Acesso em: 20 ago. 2018.

COSTA, Helen Patrícia da Silva; RISSO, Luciene Cristina. Estudo de percepção da paisagem do rio Paranapanema no setor Ponte Pênsil (Chavantes, SP). Revista Geografia e Pesquisa, Ourinhos, , v. 14, n. 2, p. 33-43, 2020.

INCÊNDIO destrói ponte pênsil centenária sobre o Rio Paranapanema entre SP e PR. G1, G1 Bauru e Marília, Rio de Janeiro, 7 nov. 2020. Disponível em: https://bityli.com/piAVV. Acesso em: 29 jul. 2021.

SEEC. Ponte Pênsil Alves Lima. Patrimônio Cultural, Curitiba, [201-?]. Disponível em: https://bityli.com/ PyWZG. Acesso em: 20 jun. 2018.

Livro Tombo

Inscrição: 140-II

Processo: 05/00

Data da Inscrição: 13 de novembro de 2001