Apresentação
Manifesta: Novembro Consciência Negra
O ensino da história da África e Indígena brasileira, bem como, das relações étnico-raciais se apresenta como um dos grandes desafios nos diferentes níveis de ensino e na organização da sociedade. E isso impacta, direta e indiretamente no que as pessoas fazem a si mesmas e às outras pessoas, haja vista o que as instituições políticas e econômicas propõem quanto às questões da educação pública. No caso da proposição deste projeto, caso venhamos nos deter nos indicadores do IDHM (2010) alcançados no Norte Pioneiro sem maior entendimento das questões raciais, tais questões permaneceriam sem maior pertinência em face do alto índice aferido com a distribuição da população na região. O que influenciaria o “senso comum” da dispensa de maiores preocupações com o currículo escolar em prol da obrigatoriedade do ensino da História Afroindígena e o cumprimento do que determinam as Leis 10.639/ 2003 e 11645/2008 ao alterarem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. É preciso ser ressaltado que a população negra- pardos e pretos – e indígena carregam consigo as experiências afrodiaspórica e tradicional indígena em seu corpo físico e sócio-político, tanto do ponto de vista da estigmatização enquanto marca e sofrimento social relacionado com às práticas de racismo, preconceito, discriminação racial, desafricanização, falseamento da história contada de forma única: o epistemicídio. Mas também, em face daqueles que se opõe a tais práticas, enquanto resistência em face dos processos historicamente marcados por lutas sociais e de produção cultural, ainda que lembrados ou tão somente ensinados nas escolas em datas festivas comemoradas de maneira folclorizada. Esse projeto cultural e socioeducativo propõe a construção de possibilidades e de novas alternativas a partir de uma consciência identitária e de fortalecimento de tais povos economicamente vulnerabilizados e socialmente silenciados por serem vulneráveis, ainda que protagonistas de expressões culturais e políticas a marcarem a produção material e imaterial: valores simbólicos esses ora são confirmados, ora rejeitados em face da apropriação e escrita da história brasileira.
Projeto anual realizado pelo NEABI/UENP.