A Fazenda Monte Bello, fundada no início dos anos 1900, na cidade de Ribeirão Claro/PR, foi comprada por volta de 1911 a 1915, por Luiz Suplicy e Pedro de Mello, amigos e sócios de uma firma de corretagem de café em Santos/SP. Em 1925, decidiram por dividir a propriedade em duas: a parte de Luiz manteve o nome de Monte Bello, e Pedro registrou suas terras sob o nome de Fazenda Santa Laura. O período, marcado pelo auge do ciclo do café no Norte Pioneiro do estado, propiciou a instalação de um enorme pomar de 250.000 pés de café, plantado de acordo as recomendações agrícolas da época, Eram dispostas de quatro a seis mudas por cova em um espaçamento de quatro metros entre covas e linhas, pois a variedade de café arábica mais comum na época era a Bourbon, cujas plantas alcançavam alturas de aproximadamente 3 metros, imensas para os padrões atuais. As instalações da fazenda (terreiros, tulhas, barracões, maquinários de beneficiamento e moradias dos funcionários) foram sendo implantadas aos poucos, até 1918, por meio do trabalho manual e do transporte animal. Na época, o empreendimento também dispunha de uma serraria para o aproveitamento da madeira. Até 1927, os aparelhos da serraria e da beneficiadora eram acionados por um motor a vapor que utilizava lenha como combustível, sendo substituído por um motor suíço movido a óleo diesel; foi montada também uma pequena usina hidroeletricidade de 5 c.v. para prover iluminação elétrica. As estruturas se encontram em bom estado de preservação e nelas estão expostos objetos pessoais dos antigos barões do café. No mesmo ano, o imigrante austríaco Victor Rainer Harbach casou-se com a filha de Luiz, Carmen Suplicy. O casal e seu filho recém-nascido, Victor, mudaram-se para Monte Bello em junho de 1932. Engenheiro Florestal apreciador da natureza, Victor Rainer, pai, notou que as terras eram desprovidas de árvores, gerando grande calor durante o verão, e solucionou o problema plantando-as onde julgava necessário. Os reflexos deste cuidado com a natureza podem ser constatados nos dias atuais, onde muitas das mudas originalmente plantadas atingiram crescimento pleno e proporcionam muita sombra e um clima fresco e agradável, com trilhas ecológicas espalhadas por toda a extensão da propriedade. Hoje, uma instância turística, oferece serviços de hospedagem (em charmosos chalés) e passeios, e eventos (em seu aconchegante salão de festas), além da produção artesanal de café, lichia (de novembro a janeiro), macadâmia (janeiro e fevereiro), mel e muitos produtos artesanais para venda, como geléias, molhos de pimenta, conservas, doces, pães e massas. As lichias, no mês de dezembro, podem ser apreciadas no sistema colhe-pague.