Clóvis Affonso Costa, CACosta, nasceu em 9 de dezembro de 1956, no Rio de Janeiro. Recebeu dupla formação religiosa, que viria, mais tarde, a permear sua poética: em casa, com os avós, é acolhido pelo mundo dos Orixás, ao nascer nos braços de Oxum; na escola, aprendeu princípios cristão na obrigatoriedade das aulas de ensino religioso Formado em Filosofia pelo Mosteiro de São Bento, em São Paulo, Clóvis é, ainda, músico autodidata – herança cultural ancestral de seu pai, Clodoveu Costa, à época membro da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros. Em Ourinhos, cidade do Estado de São Paulo que o acolheu em 1994, participou de diversas formações de música popular e erudita. 

Mas é como artista plástico que CACosta se destaca no vasto das Artes. Negro na pele e na poética que elege para suas obras bidimensionais e tridimensionais, CACosta é daqueles artistas singulares que oferecem ao público a possibilidade de adentrar as dimensões que comportam as múltiplas experiências da vida negra. É, ainda, o artista que ganha admiração de renomados críticos de Arte, como Oscar D’Ambrósio e José Laranjeira. O primeiro, aliás, é quem nos oferece um panorama sobre a produção do artista ourinhense, que se define, dentre outros importantes aspectos, pelo vigor de suas cores e pinceladas, conforme  pelo firme traço de suas pinceladas no livro intitulado Contando a Arte de CACosta, publicado em 2004.

Mais que reconhecido pela crítica brasileira que o atribui valores estéticos, colocando-o no mesmo patamar de outros artistas renomados na contemporaneidade, é importante frisar que Clóvis Affonso Costa é, antes disso tudo, artista do povo em seu sentido pleno. Isto porque pinta o povo e para o povo: de 1997 até o presente ano, CACosta já realizou/participou de mais de 80 exposições – entre coletivas e individuais –, em instituições escolares da rede pública, bem como em faculdades, universidades, bibliotecas e terreiros de candomblé situados em bairros periféricos da cidade de Ourinhos.