Apresentação

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Pico Agudo de Sapopema

O atrativo fica localizado no Assentamento São Luiz II, dentro da propriedade particular Fazenda Zamarian, com acesso pelo distrito de lambari. É conhecido também como Monte Ybiangi ou apenas Ybiagi, nomes de origem Kaingang que o diferenciam dos muitos picos agudos homônimos espalhados pelo país. A Fazenda Zamarian foi fundada a partir de uma das 3 glebas que compunham a antiga fazenda Inho-ó, sendo chamada alternativamente de Inho-ó III, sendo registrada como RPPN (Reserva particular do patrimônio natural), ainda portando o nome de Fazenda Inho-ó. É banhada pelo Rio Tibagi,, numa região que faz a transição entre o primeiro e o segundo planalto paranaense.

Esta formação rochosa é uma das mais antigas a constar na cartografia paranaense, tendo sua localização referida em mapas Século XVII, originados através de registros de jesuítas espanhóis, como o “Paraquaria Vulgo Paraguay: Cum Adjacentibus”, produzido em Amsterdam por Joan Blaeu (1596–1673).

Reinhard Maack, o primeiro geólogo e naturalista a explorar com rigor científico aquelas terras entre 1923 e 1930, descreve a topografia do local e da região, dizendo que seu cume, a 1224 m de altitude, é um dos pontos mais altos da região norte do Paraná e situa-se num conjunto de montanhas chamado de Serra dos Agudos, que inclui outras elevações de destaque nas proximidades, como a Serra Chata (1080 m) o Morro do Taff (1115 m), a Serra Grande (1180 m), o Morro do Meio (1110 m) e o Pico do Portal (1040 m). As três últimas montanhas situam-se em Sapopema, do lado oposto do Rio Tibagi, e as demais, já em terras do município vizinho de Ortigueira–PR.

Outros antigos relatos referentes a esta montanha, anteriores aos "Primeiros Mapas das Províncias do PR e SC — 1872/1875" de Sr. Thomas Bigg-Wither, remontam a 1840, quando teria sido visitada pelo cartógrafo norte-americano John Henry Elliott, acompanhado por Francisco Lopes, incumbidos, pelo Barão de Antonina, de explorar os sertões daquela então remota região, à época habitada apenas pelos índios Kaingangs.

A majestosa proeminência do Pico do Agudo se debruça sobre o vale do Rio Tibagi (conhecido no passado como Rio Latibagiba), formando um desfiladeiro entre si e a Serra Grande, separados pelo curso d'água, tido como o cânion mais profundo existente em terras paranaenses que, de acordo com estudos realizados por pesquisadores da UFPR, chegam a incríveis 700 m de profundidade.

A chegada à propriedade se dá após 23 km de percurso por uma estrada de cascalho pouco acidentada até o quilometro final, onde é composta por pedregulhos que tornam a travessia um pouco mais difícil. Uma trilha de 2 quilômetros leva até o sopé da montanha onde começa a escalada, que leva em torno de uma hora e torna-se um pouco mais íngreme nos últimos 600 metros, necessitando a ajuda de correntes guia fincadas na rocha. O excursionista deve ser auxiliado por um guia com treinamento específico fornecido pela organização do empreendimento de segunda a quinta-feira ou, na sexta-feira, dia destinado às empresas de turismo ecológico credenciadas, por um guia apontado por elas, uma vez que a dificuldade do trajeto é de média para alta. Uma equipe é mantida em prontidão no local aos finais de semana e feriado, tendo à disposição receptivo e socorrista e, desta forma, nestes dias, o acesso é aberto de forma geral para visitantes desacompanhados, guias não filiados e empresas não credenciadas mediante a assinatura de um termo de responsabilidade. É permitida a subida de apenas 200 visitantes nos dias de semana, sendo necessária reserva. A atração conta apenas com banheiros como infraestrutura básica.